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01:30 | 18/03/2017
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Financiar está mais barato
Thiago Oliveira
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segunda-feira, 27 de março de 2017
A pós a queda da taxa básica de juros (Selic) de 13,75%, do ano passado, para os atuais 12,25%, bancos também anunciaram uma queda na taxa de juros cobradas dos clientes em suas linhas de crédito, inclusive no financiamento imobiliário.
A Caixa, que tem cerca de 70% do mercado de crédito imobiliário, teve redução de 0,25 ponto percentual e a taxa de juros pode chegar a 9,75%. Já o Banco do Brasil baixou 0,12 ponto percentual, com taxas a partir de 10,8%.
Para o coordenador de conjuntura do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Daniel Suliano, essa queda puxada pela redução da Selic ainda representa uma variação substancial, visto que outras linhas tiveram uma redução maior, como o rotativo do cartão de crédito, que teve uma redução de 4 pontos percentuais no Banco do Brasil, por exemplo.
A diminuição ainda é pequena justamente pelo momento econômico do País não ser favorável para incentivar os empréstimos, mas mostra que o mercado está em retomada. Como os bancos públicos foram os primeiros a refletirem essa queda, a explicação se dá pela forma de captação.
“Ainda é uma variação muito tímida, mas a tendência é que quanto mais a taxa (Selic) baixar, os outros bancos sigam a mesma tendência. Os bancos públicos tomaram a iniciativa porque além da captação ser mais fácil, como no caso da Caixa, que usa o FGTS para os empréstimos, eles têm custos administrativos menores”, explica.
Outra explicação é que apesar da baixa da Selic levar à diminuição dos juros cobrados pelos bancos, estes ainda são levados pelo mercado, explica o economista Sérgio Melo. Além da captação, a carga tributária e a inadimplência são outros fatores que os determinam.
“Como a inadimplência, por exemplo, ainda é muito grande, não dá para baixar muito, também levando em conta o mercado como um todo que está instável. Mas caso haja uma redução na inadimplência, que é o maior problema atualmente, os juros podem ter uma queda maior”, comenta.
O economista ainda explica que, mesmo com a queda nos juros, é importante levar em consideração outras questões como seguros, modalidade e custos de avaliação, que são diferentes de banco para banco, na hora de contratar um financiamento.
Ele cita o exemplo de um banco que tem 10% de taxa e outro de 9%. “A princípio esse de 9% parece melhor, mas você tem que ver os outros custos. Às vezes o de taxa maior oferece condições melhores a acaba valendo mais a pena”, comenta.
Segundo Matheus Mendonça, coordenador regional de crédito imobiliário da MRV Engenharia, essa queda não impacta no programa Minha Casa, Minha Vida, que é o carro-chefe da empresa. “Como já tem o juros fixado, não influencia”, comenta.
Porém, para o mercado imobiliário como um todo, o coordenador avalia que esse processo é importante para voltar a crescer o setor. “Quando a Selic tem uma redução, isso demora a refletir no mercado imobiliário, mas é importante porque o financiamento é um dos motores desse setor”, completa.
LARISSA PACHECO
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